A regulação do tecido adiposo

Chegamos ao ponto crucial nesta introdução ao assunto da obesidade. Já concluímos nos posts anteriores que a obesidade é uma doença de acúmulo, isto é, um transtorno da regulação da gordura que leva ao seu acúmulo anormal, produzindo como consequências comportamentos compensatórios tais como fome e inatividade.

Mas afinal, como se dá a regulação do tecido gorduroso, das células adiposas? Pois se é uma falha destes mecanismos que leva à obesidade, é sobre a regulação dos adipócitos que temos de atuar, e não sobre as suas consequências ( ver a analogia com o diabetes).

A ciência sobre a regulação da gordura começou a ser elucidada ainda no pré-guerra, e nunca foi especialmente controversa. Está nos livros de bioquímica e fisiologia há décadas.

O tecido gorduroso não é um depósito de calorias no qual o excesso é estocado para ser utilizado um dia no futuro quando  houver uma situação emergencial de fome. Trata-se de um tecido metabolicamente ativo, no qual a deposição e mobilização da gordura ocorre de forma contínua, independentemente do estado nutricional do animal. O acúmulo ou perda líquida de gordura neste sistema depende de alterações no equilíbrio entre deposição e mobilização, ou seja, do equilíbrio entre estímulos que favorecem a deposição versus aqueles que favorecem a mobilização.

Durante as 24 horas do dia, boa parte da energia que alimentará as células do corpo advém do tecido adiposo. A gordura existe fundametalmente em 2 formas: ácidos graxos livres e triglicerídeos. Estes últimos são moléculas muito grandes para atravessarem as membranas das células. Assim, a gordura na forma de ácidos graxos livres entra e sai das células livremente. Mas a gordura é estocada nas células adiposas na forma de triglicerídeos – os ácidos graxos entram na célula, 3 deles juntam-se com uma molécula de glicerol, e pronto – a gordura está “presa” dentro da célula. A montagem e desmontagem dos triglicerídeos, bem como sua extração da corrente sanguínea pela enzima LPL, são os pontos cruciais de regulação do sistema.

O Hormônio mais importante na regulação destas enzimas é a INSULINA. No próximo post, explicaremos o papel fundamental deste hormônio sobre a obesidade

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