Ptolomeu, os epiciclos e as calorias

Quem me conhece sabe que sempre gostei de astronomia, física, e ciência de uma forma geral. Assim, analogias que envolvem estas áreas sempre me ocorrem. Como o leitor pode não estar familiarizado com o assunto, faço aqui um breve resumo. Depois deste desvio astronômico, segue a tradução de um artigo imperdível sobre calorias e obesidade. Vale a pena!

Na antiguidade, acreditava-se que a terra era o centro do universo. Todo mundo sabia que era assim. O grande astrônomo grego Ptolomeu, há cerca de 2000 anos, descreveu em grande detalhe matemático, o movimento dos corpos celestes. Isto permitia que os gregos pudessem, inclusive, prever com razoável precisão a posição dos planetas.

Havia um problema, porém. Todos acreditavam que os 5 planetas conhecidos descreviam órbitas perfeitamente circulares ao redor da terra. As estrelas percorriam trajetos (aparentes) perfeitamente circulares no céu, e os gregos acreditavam que a ordem celeste deveria ser perfeita, ao contrário do caos da terra.

StarRotation

Estrelas e seu movimento aparente no céu noturno: círculos perfeitos.

 No entanto, o comportamento dos planetas no céu era bem diferente. Descreviam movimentos estranhos, e às vezes, chegavam mesmo a andar para trás! (o termo “planeta” vem do grego, e significa “errante”, ou seja, que anda sem rumo):

Apparent_retrograde_motion_of_Mars_in_2003

Movimento “errante” de marte – o planeta parece andar para trás

Como conciliar a nossa teoria de que a terra é o centro do universo, e de que todos os corpos giram em órbitas perfeitamente circulares, com o desconfortável fato, visível à todos no céu noturno, de que alguns planetas “recusavam-se a obedecer a teoria”?

Há 3 formas de lidar com esta contradição:

1) Emendar a teoria;

2) Descartar a teoria e mudar o paradigma;

3) Negar-se a aceitar os fatos (e queimar seus proponentes na fogueira).

A inquisição católica, os nutricionistas e médicos em geral adotam a estratégia número 3. Kepler, Galileu e um número crescente de pesquisadores atuais adotam a estratégia número 2. Os gregos adotaram a estratégia de número 1.

Ptolomeu (baseando-se em outros que o antecederam) introduziu o conceito de EPICICLOS. Segundo a teoria, as órbitas dos planetas eram, de fato, circulares. Mas os planetas estavam ligados a esferas ou círculos invisíveis (os epiciclos), que por sua vez giravam ao redor da terra, como pode ser visto na animação abaixo (o epicíclo é o círculo vermelho):

Ninguém se preocupou em saber se de fato os epicíclos existiam, ou de que seriam feitos. O importante, para os gregos, não era tanto o mundo real, mas a beleza matemática e geométrica de suas teorias. Se um planeta não descrevia uma trajetória perfeitamente circular no céu, não se abandonava a teoria, apenas se inventava um novo conceito, um novo círculo perfeito, para fazer com que os fatos se adequassem à teoria, e não o contrário. Retirar a terra do centro do universo estava fora de cogitação.

Levou mais de 1500 anos para que finalmente houvesse a mudança de paradigma – para que a teoria se dobrasse aos fatos, como deve ser. Eis o que realmente explica o aparente movimento retrógrado de marte:

Explicação do estranho movimento aparente de marte no céu, no modelo heliocêntrico.

Esta história fascinante ilustra uma verdade maior. Quando ficamos frente a frente com uma anomalia, ou seja uma série de observações que refutam nossas teorias, podemos reformular nossas teorias ou inventar epicíclos, tentando remendar uma teoria capenga. Com isto em mente, leiam agora o artigo abaixo, publicado recentemente no Medscape.com

http://www.medscape.com/viewarticle/780389

A despeito do aumento da obesidade, o consumo calórico nos EUA está diminuindo.

New York (Reuters Health)  – 06/03/2013 – Adultos dos EUA têm comido cada vez menos calorias por quase uma década, a despeito do contínuo aumento das taxas de obesidade, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC.


“É difícil reconciliar o que estes dados mostram, e o que está acontecendo com a prevalência de obesidade” disse o Dr. William Dietz, ex-diretor de nutrição, atividade física e obesidade do CDC.


Os resultados, publicados na edição de 20 de fevereiro do American Journal of Clinical Nutrition, são baseados em 9 levantamentos das Pesquisas Nacionais de Saúde e Nutrição (NHANES) que o CDC conduziu de 1971 a 2010. Milhares de adultos entre 20 e 74 anos foram aleatoriamente selecionados a cada 2 a 4 anos para responder o que comeram nas últimas 24 horas. 


O Dr. Dietz e seu colega Dr. Earl Ford analisaram as tendências desde os anos 1970 e descobriram que, entre adultos, o consumo energético diário aumentou cerca de 313 calorias de 1971 a 2002, e então caiu 74 calorias entre 2003 e 2010.


“Setenta e quatro calorias é muito e, como eu disse antes, nós esperaríamos ver um impacto mensurável na obesidade”, disse Dietz.


Não obstante, cerca de 35% das mulheres americanas adultas são obesas, e este percentual permanece estável desde 1999, de acordo com o CDC. Para homens, a obesidade aumentou de 27% para 35% no mesmo período.


O Dr. Dietz diz que ele esperaria que as taxas de obesidade houvessem estabilizado para ambos sexos, e já estivessem caindo a essas alturas, já que as pessoas estão consumindo menos calorias.


O CDC liberou resultados semelhantes mês passado para crianças: os meninos cortaram 150 calorias, e as meninas, 80, desde 1999. A taxa de obesidade dos meninos continua a aumentar, contudo, e permanece estável para as meninas.


Os experts dizem que é possível que mais tempo seja necessário para que as taxas de obesidade respondam a mudanças no consumo calórico. Também é possível que os americanos tenham mudado seus hábitos alimentares mas ainda não esteja praticando exercício suficiente para queimar as calorias que consomem. Ou os levantamentos do NHANES estão errados.


“Se você cortar 100 calorias, você perderá 5 quilos”, mas você verá apenas metade deste progresso no primeiro ano, a Dra. Claire Wang disse à Reuters Health. Ela estuda consumo e gasto calórico na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia, em New York, mas não estava envolvida com este estudo.


Não haveria uma redução imediata na obesidade em níveis populacionais, disse a Dra Wang.


Ela acredita que a redução no consumo calórico possa dever-se a mais consciência sobre refrigerantes e bebidas adoçadas com açúcar, e campanhas de conscientização tais como as promovidas pela Casa Branca.


Mas, a essas alturas, “as pessoas já deveriam estar perdendo peso”, disse o Dr. Dietz. O fato de que não estão pode representar más notícias, ele disse, pois poderia indicar que as pessoas estão queimando menos calorias com exercício.


Também é possível que, com maior conscientização, as pessoas fiquem envergonhadas em consumir porcarias e refrigerantes com açúcar, de modo que elas podem estar comendo essas coisas, mas não admitem na hora de responder os questionários, disse o Dr. Dietz.


Em geral, dados de questionários não fecham com o consumo calórico real medido por terceiros, de acordo com a nutricionista Marion Nestle da New York University.


Por exemplo, o levantamento do NHANES indica que homens consomem uma média de 1500 calorias por dia, e as mulheres 1800. Quando os médicos e nutricionistas medem o consumo calórico, eles encontram uma média de 3000 calorias para homens e 2400 calorias para mulheres, Nestle disse à Reuters por email.


Conquanto as estimativas possam conter erros, tais levantamentos são os melhores instrumentos para identificar tendências populacionais, ela disse.


NHANES fornece os melhores dados que podemos conseguir em termos de tendências populacionais”, disse ela. “Se acreditarmos nos dados, até que as notícias são boas”.


Quando leio algo assim, tenho a nítida impressão de que esta seria a sensação de voltar no tempo, aos tempos de Ptolomeu. Imagine-se voltando no tempo e, já sabendo como realmente funciona nosso sistema solar, observar a angústia daqueles homens – pessoas inteligentes, porém presas a um paradigma superado – tentando desesperadamente fazer sentido de de dados que, PARA ELES, são paradoxais, mas que são completamente explicáveis pelo paradigma que você já domina!!

Vou copiar novamente o texto da Reuters, abaixo, comentando cada passagem sob esta perspectiva:

A despeito do aumento da obesidade, o consumo calórico nos EUA está diminuindo.


New York (Reuters Health)  – 06/03/2013 – Adultos dos EUA têm comido cada vez menos calorias por quase uma década, a despeito do contínuo aumento das taxas de obesidade, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC (os planetas insistem em descrever trajetórias estranhas no céu, a despeito de sabermos que deveriam descrever círculos perfeitos).

“É difícil reconciliar o que estes dados mostram, e o que está acontecendo com a prevalência de obesidade” (“é difícil reconciliar o que os dados mostram, e nossas teorias sobre a terra ser o centro do universo”) disse o Dr. William Dietz, ex-diretor de nutrição, atividade física e obesidade do CDC.

Os resultados, publicados na edição de 20 de fevereiro do American Journal of Clinical Nutrition, são baseados em 9 levantamentos das Pesquisas Nacionais de Saúde e Nutrição (NHANES) que o CDC conduziu de 1971 a 2010. Milhares de adultos entre 20 e 74 anos foram aleatoriamente selecionados a cada 2 a 4 anos para responder o que comeram nas últimas 24 horas. 

O Dr. Dietz e seu colega Dr. Earl Ford analisaram as tendências desde os anos 1970 e descobriram que, entre adultos, o consumo energético diário aumentou cerca de 313 calorias de 1971 a 2002, e então caiu 74 calorias entre 2003 e 2010.

“Setenta e quatro calorias é muito e, como eu disse antes, nós esperaríamos ver um impacto mensurável na obesidade” (“um planeta andar para trás no céu é uma anomalia muito grande, esperaríamos vê-lo andar para frente”), disse Dietz.

Não obstante, cerca de 35% das mulheres americanas adultas são obesas, e este percentual permanece estável desde 1999, de acordo com o CDC. Para homens, a obesidade aumentou de 27% para 35% no mesmo período (não obstante, os planetes insistem em, nitidamente, descrever trajetórias estranhas no céu).

O Dr. Dietz diz que ele esperaria que as taxas de obesidade houvessem estabilizado para ambos sexos, e já estivessem caindo a essas alturas, já que as pessoas estão consumindo menos calorias. (Ptolomeu diz que esperaria que os planetas descrevessem trajetórias perfeitamente circulares, pois é isto que se espera de algo matemática e geometricamente perfeito)

O CDC liberou resultados semelhantes mês passado para crianças: os meninos cortaram 150 calorias, e as meninas, 80, desde 1999. A taxa de obesidade dos meninos continua a aumentar, contudo, e permanece estável para as meninas. (Os dados referentes à Júpiter também contradizem a teoria de que a terra está no centro do universo)

Os experts dizem que é possível que mais tempo seja necessário para que as taxas de obesidade respondam a mudanças no consumo calórico. (os especialistas dizem que devem existir EPICÍCLOS, esferas de cristal invisíveis, que expliquem o movimento dos planetas – elas PRECISAM existir, pois a terra É o centro do universo) Também é possível que os americanos tenham mudado seus hábitos alimentares mas ainda não esteja praticando exercício suficiente para queimar as calorias que consomem (tais epiciclos são compatíveis com a teoria de que a terra é o centro do universo, logo eles existem). Ou os levantamentos do NHANES estão errados (ou então, os planetas de fato descrevem trajetórias perfeitamente circulares no céu, e as observações de todo mundo é que estão erradas – a teoria não pode mudar!).

“Se você cortar 100 calorias, você perderá 5 quilos” (a Terra é o centro do universo), mas você verá apenas metade deste progresso no primeiro ano, a Dra. Claire Wang disse à Reuters Health. Ela estuda consumo e gasto calórico na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia, em New York, mas não estava envolvida com este estudo.

Não haveria uma redução imediata na obesidade em níveis populacionais, disse a Dra Wang.

Ela acredita que a redução no consumo calórico possa dever-se a mais consciência sobre refrigerantes e bebidas adoçadas com açúcar, e campanhas de conscientização tais como as promovidas pela Casa Branca.

Mas, a essas alturas, “as pessoas já deveriam estar perdendo peso”, disse o Dr. Dietz(mas a essas alturas, já deveríamos ter enxergado os epiciclos no céu – por que não conseguimos vê-los??). O fato de que não estão pode representar más notícias, ele disse, pois poderia indicar que as pessoas estão queimando menos calorias com exercício.

Também é possível que, com maior conscientização, as pessoas fiquem envergonhadas em consumir porcarias e refrigerantes com açúcar, de modo que elas podem estar comendo essas coisas, mas não admitem na hora de responder os questionários, disse o Dr. Dietz (Também pode ser que os astrônomos estejam mentindo – na verdade, as trajetórias SÃO circulares).

Em geral, dados de questionários não fecham com o consumo calórico real medido por terceiros, de acordo com a nutricionista Marion Nestle da New York University.

Por exemplo, o levantamento do NHANES indica que homens consomem uma média de 1500 calorias por dia, e as mulheres 1800. Quando os médicos e nutricionistas medem o consumo calórico, eles encontram uma média de 3000 calorias para homens e 2400 calorias para mulheres, Nestle disse à Reuters por email. (as pessoas acham que enxergam trajetórias irregulares, mas na verdade estão tendo uma ilusão de ótica)

Conquanto as estimativas possam conter erros, tais levantamentos são os melhores instrumentos para identificar tendências populacionais, ela disse.

NHANES fornece os melhores dados que podemos conseguir em termos de tendências populacionais”, disse ela. “Se acreditarmos nos dados, até que as notícias são boas”.

Bem, terminada a sessão humorística, vamos analisar NOVAMENTE o texto, à luz do que sabemos modernamente sobre nutrição e seus efeitos hormonais.

Reproduzo, abaixo, um gráfico do soberbo livro “The Smarter Science of Slim”, de Jonathan Bailor (ver na postagem sobre livros):

Neste gráfico, a linha preta indica o consumo de carboidratos, a linha cinza indica o consumo de gordura, e a área cinzenta indica o percentual de pessoas com sobrepeso e obesidade. A seta indica o ano em que se passou indicar a pirâmide alimentar. Observem que o gráfico sequer fala em calorias. Tudo o que precisamos está nele: no final da década de 1970, as pessoas foram orientadas a consumir menos gordura e mais carboidratos. Como o gráfico evidencia, as pessoas de fato fizeram isso: passaram a comer mais carbs (linha preta), menos gordura (linha cinza) e, como era óbvio, engordaram. Ou seja, podem até estar consumindo menos calorias hoje do que em 1999, mas nunca consumiram tantos carboidratos.

A despeito do aumento da obesidade, o consumo calórico nos EUA está diminuindo.

New York (Reuters Health)  – 06/03/2013 – Adultos dos EUA têm comido cada vez menos calorias por quase uma década, a despeito do contínuo aumento das taxas de obesidade, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC.

“É difícil reconciliar o que estes dados mostram, e o que está acontecendo com a prevalência de obesidade”(é difícil apenas para quem está preso no paradigma do balanço calórico; uma população que consome mais carboidratos refinados irá particionar mais calorias no sentido do armazenamento) disse o Dr. William Dietz, ex-diretor de nutrição, atividade física e obesidade do CDC.

Os resultados, publicados na edição de 20 de fevereiro do American Journal of Clinical Nutrition, são baseados em 9 levantamentos das Pesquisas Nacionais de Saúde e Nutrição (NHANES) que o CDC conduziu de 1971 a 2010. Milhares de adultos entre 20 e 74 anos foram aleatoriamente selecionados a cada 2 a 4 anos para responder o que comeram nas últimas 24 horas. 

O Dr. Dietz e seu colega Dr. Earl Ford analisaram as tendências desde os anos 1970 e descobriram que, entre adultos, o consumo energético diário aumentou cerca de 313 calorias de 1971 a 2002, e então caiu 74 calorias entre 2003 e 2010.

“Setenta e quatro calorias é muito (MUITO? 74 calorias não é nada. UM ovo tem 74 calorias. UMA maçã tem 65 calorias! Só pessoas com uma compreensão MUITO míope podem achar que uma maçã a mais ou a menos fará diferença. CLIQUE AQUI para saber por que esta lógica é ridícula) e, como eu disse antes, nós esperaríamos ver um impacto mensurável na obesidade”, disse Dietz.

Não obstante, cerca de 35% das mulheres americanas adultas são obesas, e este percentual permanece estável desde 1999, de acordo com o CDC. Para homens, a obesidade aumentou de 27% para 35% no mesmo período.

O Dr. Dietz diz que ele esperaria que as taxas de obesidade houvessem estabilizado para ambos sexos, e já estivessem caindo a essas alturas, já que as pessoas estão consumindo menos calorias (A não ser, Dr. Dietz, que sua teoria esteja errada, não é mesmo? Afinal, milhares de pessoas fazem dietas com restrição de mais de 1000 calorias – não apenas 74 calorias – e não conseguem emagrecer, não é mesmo??).

O CDC liberou resultados semelhantes mês passado para crianças: os meninos cortaram 150 calorias, e as meninas, 80, desde 1999 (mas estão comendo mais açúcar do que NUNCA antes – assistam este documentário). A taxa de obesidade dos meninos continua a aumentar, contudo, e permanece estável para as meninas.

Os experts dizem que é possível que mais tempo seja necessário para que as taxas de obesidade respondam a mudanças no consumo calórico (Ok, deixa ver se entendi: 74 calorias a menos por dia x 365 = 27000 calorias a menos por ano. Isso significaria 3,85Kg a menos por ano. Em 10 anos, cada americano deveria estar 38 Kg mais magro em média. Então, por que 10 anos não seria tempo suficiente para perder o peso? Leia (novamente) por que o motivo pequenas variações diárias de calorias são irrelevantesTambém é possível que os americanos tenham mudado seus hábitos alimentares mas ainda não esteja praticando exercício suficiente para queimar as calorias que consomem (Não existe nenhum estudo prospectivo e randomizado que demonstre que o exercício ajuda a perder peso – LEIA AQUI).  Ou os levantamentos do NHANES estão errados.

“Se você cortar 100 calorias, você perderá 5 quilos” (“se você comer UM ovo a menos por dia, você perderá 5 Kg” – desafio qualquer pessoa a conseguir esta façanha – a ignorância desses “doutores” realmente não têm limites), mas você verá apenas metade deste progresso no primeiro ano, a Dra. Claire Wang disse à Reuters Health. Ela estuda consumo e gasto calórico na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia, em New York, mas não estava envolvida com este estudo.

Não haveria uma redução imediata na obesidade em níveis populacionais, disse a Dra Wang.

Ela acredita que a redução no consumo calórico possa dever-se a mais consciência sobre refrigerantes e bebidas adoçadas com açúcar, e campanhas de conscientização tais como as promovidas pela Casa Branca.

Mas, a essas alturas, “as pessoas já deveriam estar perdendo peso”, disse o Dr. Dietz(Pois é, mas estão engordando. Será que a terra, quem sabe, não é o centro do universo??). O fato de que não estão pode representar más notícias, ele disse, pois poderia indicar que as pessoas estão queimando menos calorias com exercício (como são repetitivos – lembra um pouco aquelas moscas que ficam aprisionadas dentro do vidro – batem a cabeça eternamente no vidro, nunca dá certo, mas continuam batendo a cabeça até morrer).

Também é possível que, com maior conscientização, as pessoas fiquem envergonhadas em consumir porcarias e refrigerantes com açúcar, de modo que elas podem estar comendo essas coisas, mas não admitem na hora de responder os questionários, disse o Dr. Dietz. (Isso é verdade. Mas é verdade também para TODOS os estudos epidemiológicos que os MESMOS autores usam para justificar suas teorias bizarras de que carne faz mal, por exemplo)

Em geral, dados de questionários não fecham com o consumo calórico real medido por terceiros, de acordo com a nutricionista Marion Nestle da New York University.

Por exemplo, o levantamento do NHANES indica que homens consomem uma média de 1500 calorias por dia, e as mulheres 1800. Quando os médicos e nutricionistas medem o consumo calórico, eles encontram uma média de 3000 calorias para homens e 2400 calorias para mulheres, Nestle disse à Reuters por email.

Conquanto as estimativas possam conter erros, tais levantamentos são os melhores instrumentos para identificar tendências populacionais, ela disse.

NHANES fornece os melhores dados que podemos conseguir em termos de tendências populacionais”, disse ela. “Se acreditarmos nos dados, até que as notícias são boas”.(se estas são notícias boas, só imagino o que sejam notícias ruins).

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