Colesterol VII – vídeo legendado sobre LCHF e colesterol – Dr. David Diamond

Talvez eu ainda volte a escrever sobre o assunto, mas no momento não pretendo. Porque com este vídeo, além das demais postagens da série, eu penso que 95% de todas as dúvidas relacionadas a esse tópico estarão sanadas.

Em Colesterol I, eu expliquei como surgiu a ideia de que colestrol pudesse ser algo ruim: uma combinação de má ciência básica e de um estudo epidemiológico mal feito da década de 1950.

Em colestrol II, eu mostrei que até 1957 nem mesmo a Associação Americana de Cardiologia estava convencida de que se deveria mudar a dieta das pessoas por causa de colesterol. No entanto, apenas 4 anos após, a maré começava a mudar, por motivos políticos, e não científicos.

Em colesterol III, eu detalhei os grandes estudos prospectivos e randomizados que demonstraram que reduzir a gordura na dieta não tem NENHUM impacto na mortalidade em homens e mulheres. Além disso, que estudos epidemiológico mais bem feitos sugerem que quanto maior o consumo de gordura per capita, menor a incidência de doenças cardiovasculares.

Em colesterol IV, vimos como o colesterol é um marcador de risco sofrível, como a redução de colesterol não traz benefício para a maior parte das pessoas, como a indústria manipula as estatísticas para nos convencer de que intervenções que têm o potencial de ajudar apenas 1 em cada 250 pessoas seriam “essenciais”, e como modificações de estilo de vida podem ter impacto superior ao das drogas, sem o custo e efeitos colaterais.

Em colesterol V, vimos como o reducionismo feriu de morte o pensamento científico, levando-nos à crença ingênua de que podemos efetivamente dominar a complexa teia de causas e efeitos que compõem sistemas infinitamente complexos como o organismo humano. E citamos o ilustrativo exemplo da droga torcetrapib, que aumentava o HDL (colesterol “bom”) e diminuía o LDL (colesterol “ruim”). E, no entanto, os pacientes morreram MAIS com esta droga – estes exames de sangue são apenas isso: exames de sangue, e o que queremos é viver mais e MELHOR, e não apenas mudar os números impressos no papel, apenas para morrermos com resultados “normais”.

Na postagem denominada Conflitos de Interesse, abordamos o grau extremo com que os vultuosos interesses financeiros contaminam de forma decisiva (e infundada) as diretrizes que estabelecem que o colesterol “normal” seja abaixo de 200 e o LDL abaixo de 130 (ou 100, ou mesmo 70 como se fala agora!).

Em colesterol VI mostramos um vídeo curto para salientar que não existe correlação entre os níveis de colesterol e doença cardiovascular em nível populacional (diversos países).

O vídeo abaixo foi uma grande descoberta recente. Neste vídeo, o Dr. Diamond resume, em UMA HORA de palestra, TODO este assunto. Deu MUITO trabalho para legendar, mas vale cada minuto!

Eu pediria que as pessoas prestassem especial atenção à explicação dada aos 34 minutos e 10 segundos sobre as curvas de colesterol de pessoas doentes e pessoas normais (dica, são iguais até chegar em 300!); e prestem também atenção especial a partir de 37 minutos e 24 segundos até 42 minutos e 40 segundos  (dica: dentre 1900 pessoas com colesterol perto de 300 que estavam no grupo PLACEBO do estudo, 98% estavam vivas em SEM doença cardíaca após 7,5 anos sem NENHUM tratamento).

O único reparo que eu farei à brilhante palestra do Dr. Diamond é que ele afirma que a gordura na dieta não eleva o colesterol. O certo seria dizer que, em geral, o LDL não muda e o HDL aumenta, levando a uma elevação do colesterol total, porém com uma melhora da relação colesterol total / HDL. Mas algumas pessoas (cerca de 20-25%) respondem excessivamente à gordura na dieta, com níveis mais elevados de LDL e colesterol total.

No gráfico acima (retirado da metanálise já discutida aqui), cada ponto representa a média do efeito de uma dieta low carb sobre LDL em cada estudo individual. O grande risco vertical central é o 1, ou seja, o que fica sobre este risco indica não ter mudado com low carb; para a esquerda é redução de LDL, e para a direita é aumento. Os riscos horizontais mostram o quanto os resultados variam dentro da população daquele estudo específico. Observem que, muito embora a média total de todos os estudo juntos (seta vermelha mais de baixo) mostre uma mínima redução do LDL (não significativa), a variação dos resultados foi imensa, (outras setas vermelhas), desde grandes quedas no LDL até grandes aumentos.

Mas, após ler as outras 6 postagens e após assistir ao vídeo, espero que já esteja claro para você a pouca importância deste achado.

Assim, de agora em diante, só responderei a perguntas sobre colesterol que ainda não estejam respondidas nesta série (sobram poucas). Se seu LDL está elevado, mas você perdeu peso, seu HDL está alto, seus triglicerídeos estão baixos, e isto ainda assim lhe preocupa, você é livre para tratar do problema, juntamente com o seu médico, adotando outro tipo de estilo de vida ou então com o uso de medicamentos. Cada um deve buscar a informação e, de posse da mesma, decidir com o seu médico o melhor caminho a seguir.

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