Reportagem de capa na Revista Época

O assunto dieta paleolítica parece estar ganhando momento no Brasil.

Está hoje nas bancas a Revista Época, cuja reportagem de capa é sobre dieta páleo:

m (Foto: Marcos Lopes)

A reportagem tem um viés bem favorável. Naturalmente contém algumas críticas e advertências, mas termina em tom conciliador, e terá com certeza a vantagem de difundir o assunto, o que é sempre positivo.

Na reportagem, que contém entrevista minha e referência a este blog, há ainda fotos e entrevistas com 2 grandes colaboradores: a May Ishii (moderadora de um dos grupos do Facebook):

E o Hilton Souza, que tantos artigos tem traduzido para o português em seu Blog http://paleodiario.blogspot.com.br/ :

A Época faz parte das Organizações Globo. Coincidentemente ou não, outros veículos da Globo também divulgaram o assunto hoje.

Veja, por exemplo, esta excelente matéria (vídeo) da RBS (afiliada da Rede Globo) de Santa Catarina sobre páleo, e que foi ao ar no dia de hojehttp://g1.globo.com/sc/santa-catarina/vida-e-saude/videos/t/edicoes/v/conheca-a-dieta-baseada-na-alimentacao-dos-ancestrais-que-evita-produtos-processados/3133779/

E na capa do portal globo.com pode ser vista a Cláudia Villaça, do blog http://claudiafitblog.blogspot.com.br/ (já recomendado na lista de blogs aí ao lado). A Cládia Villaça tem 51 anos e pratica fisiculturismo 100% natural e 100% low carb (um bom exemplo para ser citado para quem lhe disser que “com essa dieta se perde músculos”).

Eis a matéria: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/bruno-astuto/noticia/2014/02/badvogada-paulistab-de-51-anos-vira-referencia-no-fisiculturismo-natural-esporte-sem-uso-de-anabolizantes.html

Advogada de 51 anos vira referência no fisiculturismo natural

08/02/2014 13h00 – Atualizado em 08/02/2014 13h10

Kindle

Share

  •  

Cladia Vilaça (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)

Há seis anos, a advogada Claudia Vilaça decidiu acompanhar o filho sedentário a uma academia, em São Paulo, e nunca mais deixou o local. Acabou virando fisiculturista natural, como é chamado quem pratica o esporte, segue dieta 100% orgânica e não faz uso de anabolizantes ou esteroides. “Comecei porque vi meu corpo flácido, tudo balançava. Não ia à piscina nem praia porque minhas pernas e a bunda eram moles”, conta ela, hoje com 51 anos. Claudia diz que, nessa época, se alimentava unicamente de pão e vinho. “Tomava uma garrafa por noite”. Mas, agora, tamanha dedicação lhe rendeu o título de embaixadora de fisiculturismo natural no Brasil. Cansada de ficar em último lugar nos torneios locais, ela passou a competir nos Estados Unidos e venceu os dois últimos concursos de que participou. “O fisiculturismo aqui é sinônimo do uso de drogas. A ponto da mulher ter que usar cueca pela hipertrofia dos órgãos genitais e o homem, sutiã. Quero mudar isso”, afirma ela, detentora do título de embaixadora de fisiculturismo natural no Brasil pela INBA – International Natural Bodybuilding Association.

O lema de Claudia é ‘evolução lenta, mas constante’ e, de tanto observar o treinamento dos malhadores inveterados, ela copiava algumas séries de exercícios e incluía em seus programas diários, até definir o que dava resultado – pasmem, ela é autodidata e sempre treinou sozinha. “Aos poucos fui aprendendo, lendo muito e pesquisando sobre treinos e dietas, fisiologia do exercício, fiz fóruns online e li livros de musculação nacionais e estrangeiros. Passei a montar os meus treinos sozinha”, afirma. A rotina de seis dias intensos pegando peso a levou a querer mais. Foi então quando começou a competir no Brasil, mas era sempre a última colocada nos concursos repletos de corpos de músculos apoteóticos – e ela, inexpressivamente magra para o padrão. A decepção a levou a competir nos Estados Unidos, onde venceu os dois últimos concursos em primeiro lugar – o INBA Forevere Natural, em Las Vegas e o INBA World Cup, em Los Angeles, ambos no ano passado. Agora ela se prepara  para competir no All Women’s Championships, em Las Vegas, em abril, e no World Championship of Natural Bodybuilding and Fitness, na Eslováquia, em junho.

“Treino é 20% e o resto é alimentação. Tirei do cardápio todos os alimentos processados. Agora, só comidas orgânicas, sem adição de nada”, afirma, contando que drogas são o caminho mais fácil para o ganho de massa muscular. “Você consegue qualquer coisa em academias e também em médicos que receitam GH (hormônio do crescimento) mesmo para quem não treina. É um perigo porque os anabolizantes promovem a hipertrofia muscular e também a dos órgãos internos”, diz ela. Claudia conta que chegou a ser expulsa de uma academia por incomodar demais. “Os bombados me odeiam. Fui expulsa da academia do presidente da Associação Paulista de Fisiculturismo, que também é dono de um laboratório de drogas e diretor da maior empresa de suplementos do Brasil porque eu praticava sem usar nada”, diz ela. “O fisiculturismo é a única modalidade esportiva que isenta os participantes do exame antidoping, diferentemente do fisiculturismo natural, em que o praticante tem que estar com o organismo livre de drogas nos últimos cinco anos”, afirma.

Claudia Vilaça - o antes e o depois (Foto: Reprodução )

Claudia Vilaça em 2010 e 2012 (Foto: Reprodução )

Por fim, ainda em 2013, a revista Glamour (também da Globo) também publicava matéria sobre o assunto:

http://revistaglamour.globo.com/Beleza/noticia/2013/03/dieta-paleolitica-volta-aos-habitos-alimentares-das-cavernas-topa.html

26/03/2013 19h08 – ATUALIZADA EM: 29/11/2013 19h03 – POR ANDREIA MENEGUETE/REVISTA GLAMOUR

Dieta Paleolítica: a volta aos hábitos alimentares das cavernas. Topa?

A “nova velha” dieta sugere uma pirâmide alimentar com base no consumo de proteínas magras, carboidratos de verduras, açúcares de frutas e gorduras de peixes e oleaginosas

Nos Estados Unidos não se fala em outra coisa. Quem testou diz que nunca viu nada igual. Polêmica, controversa, tema de documentário e alvo de muito zum-zum-zum entre especialistas, a Dieta Paleolítica propõe uma volta aos hábitos alimentares das cavernas e causa furor ao derrubar mitos da dita alimentação balanceada. Andréia Meneguete investiga.

famosos (Foto: Getty Images)

Esqueça tudo o que você já ouviu falar sobre alimentação correta e balanceada. Apresentamos um novo conceito nutricional que vem fazendo muito barulho nos quatro cantos do planeta: a Dieta Paleolítica. O assunto, que já havia gerado bochicho (e angariado inúmeros discípulos nos EUA e na Europa) volta às manchetes com força total graças ao documentário The Perfect Human Diet, lançado em fevereiro e já disponível para compra na web.



A obra coloca o dedo numa ferida aberta na nossa sociedade: afinal, quais são as causas da obesidade que já atinge 10% da população mundial? A resposta, resumidamente: o que se “vende” como alimentação ideal é na verdade uma máquina de produzir acúmulo de gordura. Isso mesmo, você leu direito. 

Nesse contexto, a Dieta Paleo (como chamam os iniciados) vira uma espécie de messias ao propor o resgate da forma como o homem se alimentava no tempo em que era nômade, antes do advento da agricultura, há cerca de dois milhões de anos. “O corpo humano evoluiu para digerir os alimentos do planeta Terra de então. Isso ficou gravado em nosso DNA. Introduzir na dieta comidas inexistentes naquela época sobrecarrega o organismo, provocando um tipo de pane. A obesidade é uma das consequências”, afirma o jornalista americano Charles Hunter, produtor do documentário.

Trocando em miúdos, a “nova velha” dieta sugere uma pirâmide alimentar com base no alto consumo de proteínas magras, seguida por carboidratos provenientes de verduras, açúcares fornecidos pelas frutas e gorduras que vêm de peixes e oleaginosas. E, claro, muita água! Até aqui nada de muito revolucionário, certo? O xis da questão está no que os especialistas apontam como os grandes inimigos da saúde: leite e derivados, grãos, cereais, carboidratos simples, alimentos processados e tubérculos como a batata, que tem alto índice glicêmico.





A explicação é simples: ao detectar algo desconhecido, o organismo trabalha para combatê-lo, mas o excesso de resíduos causa distúrbios, inflamações e doenças. O que seu pão integral e margarina têm a ver com isso? Tudo! O glúten, uma proteína do trigo (que não existia na Pré-História), presente em vários alimentos industrializados, não é 100% digerido quando bate no estômago, transformando-se numa goma que gruda na tireoide. Resultado? O corpo reconhece aquilo como um invasor e tenta eliminá-lo, deixando as funções tireoidianas (alô, metabolismo!) mais lentas. Isso significa uma boa dose de gordura a mais acumulada ao longo do tempo.


dieta paleolítica (Foto: Shutterstock)

Bebendo o inimigo



Para a nutricionista funcional Fernanda Granja, de São Paulo, a controversa proposta alimentar é coerente. “É fato: o organismo sofre agressão com o consumo de alimentos processados ou que foram transformados pelo homem”, diz, categórica. O leite que consumimos hoje, por exemplo, ao ser maturado e pasteurizado, perde a vitamina D, elemento essencial para se absorver o cálcio. “Sem essa vitamina, favorece-se o excesso de cálcio no intestino, o que gera um grande desequilíbrio interno. Alergias e inflamações são inevitáveis”, explica.



Vale o dado: o homem é a única espécie que consome leite (e ainda por cima de outro animal) na fase adulta. Como conseguir cálcio de forma genuína? em alimentos

frescos e verde-escuros, como espinafre, brócolis e couve.



Os paleolíticos não param por aí. Jogam pedra em dietas 100% vegetarianas por serem deficientes em vitamina B12, encontrada somente em carne animal e essencial para a formação do sangue; e fazem campanha para o consumo de gorduras boas. “Fala-se dos efeitos negativos da gordura, mas as gorduras ‘do mal’ são as fabricadas pelo homem, que vêm enlatadas. Gorduras como ômega 3, 6 e 9, encontradas nos peixes, são essenciais para o cérebro atuar bem”, salienta Fernanda. A nutricionista garante ainda que os benefícios da Dieta Paleolítica vão bem além de um corpo em forma. “Ela traz bom humor, disposição, intestino tinindo e pele reluzente.”

É a salvação? Hum, menos



Diante de um mal que mata cerca de três milhões de pessoas por ano, alguns especialistas se mostram reticentes sobre qualquer coisa apontada como milagrosa. “A obesidade é uma doença e deve ser tratada com seriedade, não pode ser encarada como um estilo de vida”, afirma o vice-presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), João Eduardo Salles.



O endocrinologista Filippo Pedrinola também é cauteloso: “A Dieta Paleolítica tem uma proposta interessante, mas não é a salvação. Como todas as dietas, não é solução definitiva se não houver bons hábitos e qualidade de vida.” É, não tem segredo: além da alimentação, vale imitar nossos ancestrais em outros quesitos. Que tal se mexer para alcançar frutas mais suculentas e fortalecer os músculos para ser mais forte que a caça? E comida, meu bem, só para matar a fome! 

Área de Membros Ciência Low-Carb

Acesso a conteúdo
premium exclusivo