Relato de caso – psoríase

Se você ainda não leu, leia a postagem anterior, sobre a relação entre dieta e autoimunidade. A foto abaixo foi retirada da Wikipedia (não é do paciente) – apenas como ilustração para quem não conhece a doença.

Segue o relato, que dispensa comentários:
Gostaria de deixar aqui meu relato sobre os benefícios que a dieta low-carb páleo tem trazido para mim, com especial destaque sobre como ela tem me ajudado com minha doença autoimune.

Tenho psoríase, uma doença que se manifesta por lesões na pele, em formato de placas avermelhadas e esbranquiçadas. A psoríase não tem cura. 

Apesar da causa não ser conhecida, como em muitas doenças autoimunes, psoríase não é uma doença contagiosa. Não se pega psoríase pelo contato. Também não causa nenhum tipo de dor ou incômodos mais sérios para o portador, pelo menos no que diz respeito à parte física (estou me referindo à psoríase vulgar, que é o meu tipo). O grande estrago que ela causa é na vida social. As lesões costumam assustar muito as pessoas, que acabam evitando contato com o doente e criando um isolamento, que costuma piorar com o passar dos anos e a piora da doença. Depressão é comum em doentes de psoríase.

Geralmente as lesões aparecem nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo, mas no meu caso a maior parte apareceu nas mãos (também no cotovelo e perna esquerda). Azar o meu… Já perdi a conta de quantos desconhecidos deixaram de apertar minhas mãos, às vezes dando um aceno sem jeito, após me olharem. Praia então, faz pelo menos 15 anos que não vou. Nem bermuda tenho usado, graças à lesão na perna.

Sou portador da doença há 20 anos, desde quando eu tinha 19 anos de idade (tenho 39 atualmente). Não consigo medir o quanto esse negócio já prejudicou minha vida, em todos os aspéctos, até mesmo no trabalho. Apesar de ser possível um controle dos sintomas usando medicamentos fortes (cremes, pomadas e, nos casos mais severos, tratamento sistêmico e raios ultra-violeta), geralmente o aparecimento das lesões é cíclico, ocorre em períodos. Algumas pessoas, em casos mais severos, tem grande parte do corpo coberto pelas lesões.

Passei por 4 médicos ao longo da minha vida, que sugeriam coisas bem parecidas:

– Expôr as lesões ao sol diariamente (há benefícios com raios ultra-violeta);

– Controlar o stress (como se fosse fácil…)

– Aceitar que a doença vai fazer do resto da sua vida;

– Procurar ajuda de psicológica, se necessário;

Todos os médicos disseram que NENHUM ALIMENTO ERA PROIBIDO, somente as bebidas alcoólicas deveriam ser evitadas.

Em 2013 minha situação se complicou bastante, e o controle estava muito difícil. As lesões não desapareciam mais, só melhoravam levemente, mesmo com pomadas bem potentes. 

Por coincidência (ou talvez não), nesse mesmo ano eu engordei cerca de 10kg. Já estava obeso anteriormente e isso me fez chegar ao IMC 36,5, com gloriosos 125kg. Estava na hora de mudar.

Em 2010 um amigo havia me recomendado o livro de Gary Taubes (Why we get fat), que colocou em xeque-mate tudo o que eu sabia sobre alimentação. Tentei fazer a dieta na época e até perdi um pouco de peso, mas falhei, por falta de maiores informações e também por um pouco de medo. Não conhecia ninguém que praticava esse estilo de vida.

Quando achei o blog do Dr. Souto, essa foi a ferramenta que faltava para me motivar a perder peso novamente. Iniciei a dieta no mesmo dia (16/10/2013), mas não retirei tudo de uma vez. Fui lendo o blog e descobrindo todos os benefícios de uma vida sem os carboidratos e com mais gordura e proteínas. Durante os 2 meses seguintes mantive na dieta uma pouco de pão, macarrão e arroz, mas mesmo assim perdi 6kg. Nesse ponto aderi integralmente à dieta, mudando radicalmente meu cardápio. Acabo de completar 4 meses de dieta e já se foram 18kg até o momento. Não tinha esse peso desde 2004!

Apesar da felicidade por perder tanto peso em tão pouco tempo, havia uma surpresa guardada para mim que nunca em minha vida eu poderia esperar. Ao retirar o Glúten da minha alimentação a minha psoríase, como num passe de mágica, simplesmente começou a desaparecer. Quando percebi a melhora, logo imaginei que tinha a ver com a nova dieta e saí buscando informações. Li no blog sobre as doenças auto-imunes e sua relação com o glúten, flora intestinal, protocolo auto-imune e tudo começou a fazer sentido. As lesões haviam praticamente desaparecido com um mês de dieta sem glúten, e algumas pequenas lesões que sobraram melhoram a cada dia, mas já não atrapalham em nada, pois são do tamanho de uma espinha. Acredito que com mais tempo e dedicação elas podem ter remissão total.

Meus parentes e amigos próximos não acreditam até agora, pois não tenho usado nenhum medicamento e nunca estive tão bem. Mais magro, mais disposto e sem o mal que me afligiu por 20 anos. só posso recomendar que quem ainda não aderiu à dieta low-carb/páleo faça isso hoje mesmo. Não é só uma mudança de estilo de vida, pois para mim foi quase como renascer. Me sinto mais jovem a cada dia e com espírito renovado!

Obrigado ao Dr. Souto e a todos os colaboradores do Blog, por compartilhar tanta informação e por tanta dedicação. Minha gratidão é eterna!

José A. Bichoff

Área de Membros Ciência Low-Carb

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