Os 12 motivos pelos quais low carb é melhor para DM: 1) Manejo da hiperglicemia

  • Os 12 motivos pelos quais low carb é melhor para diabetes: 1) Manejo da hiperglicemia

Esta é a primeira de 12 postagens explicado porque uma dieta de baixo carboidrato (Low Carb) deve ser a estratégia padrão, inicial, para o manejo do diabetes. Esta série de postagens é baseada no artigo Restrição de carboidratos na dieta como a primeira abordagem no manejo do diabetes: revisão crítica e base de evidências, sobre o qual já tratamos previamente (ver aqui). As referências bibliográficas estão no artigo original (clique aqui).

Se ainda não leu, leia antes esta postagem.

1) Hiperglicemia é o aspecto mais saliente da diabetes. Restrição de carboidratos na dieta tem o maior efeito em reduzir os níveis de glicose no sangue.

Ambos, diabetes tipo 1 e 2, são defeitos na resposta à comida, particularmente aos carboidratos. A hiperglicemia é ao mesmo tempo a característica definidora e a causa das sequelas do diabetes, incluindo os efeitos da insulina e da geração de proteínas glicadas (“advanced glycation endproducts”, AGE’s). O produto mais óbvio da glicação, a hemoglobina glicada (HbA1c), é amplamente aceita como sendo um critério diagnóstico para a doença. 

É universalmente aceito que os carboidratos são a principal fonte dietética de glicose, e que sua restrição produz as maiores reduções de glicemia tanto após as refeições quanto em geral. Embora defeitos da supressão da gliconeogênese (a produção de glicose pelo fígado a partir de aminoácidos e alguns outros substratos) e da glicogenólise (a transformação de glicogênio em glicose) sejam importantes causas de hiperglicemia, os carboidratos são de longe o mais importante fator dietético para a elevação da glicose e, como é de se esperar, a restrição de carboidratos reduz o perfil glicêmico de forma reprodutível e confiável.

Hussain e colaboradores compararam uma dieta de muito baixo carboidrato, cetogênica (VLCKD) com uma dieta de baixas calorias por um período de 24 semanas em 102 diabéticos e 261 não-diabéticos. Como mostrado na figura abaixo, a glicose caiu de forma mais dramática no grupo VLCKD do que no grupo de baixa caloria. Nas pessoas com diabetes tipo 2, após 24 semanas, o nível médio de glicose estava cerca de 20 pontos mais baixo do que o grupo de restrição calórica. Mais importante, no grupo VLCKD a glicemia ficou próxima do normal ao final das 24 semanas, enquanto no grupo da restrição calórica a concentração de glicose parou de cair após 16 semanas e permaneceu elevada. Nos pacientes normais, o efeito da VLCKD foi mínimo em termos de glicemia, como seria de se esperar. 

Na figura, o painel da direita mostra o efeito das duas dietas na HbA1c (hemoglobina glicada). Em 24 semanas, o grupo de diabéticos em VLCKD (em azul) atingiu um valor de 6,2%, enquanto o grupo de restrição calórica permaneceu acima de 7,5%

EM RESUMO, o que define o diabetes é a glicose elevada, e low carb é, comprovadamente, a estratégia dietética mais eficaz na redução da glicose.

Na próxima postagem: “durante a epidemia de obesidade e diabetes tipo 2, o aumentos do consumo calórico deveu-se quase que inteiramente a aumento de carboidratos”

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