Segunda sem noção

“Segunda sem carne” – o paroxismo da estupidez.

Eis que a imprensa noticia que a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou projeto de lei que “proíbe a venda e o fornecimento de carne às segundas-feiras em restaurantes, bares, lanchonetes e refeitórios localizados dentro de órgãos públicos do Estado”.

Me parece obviamente uma peça de propaganda: não quero crer que será sancionada pelo governador Geraldo Alckmin. Dada a baixa probabilidade de tornar-se lei, o objetivo é, primariamente, publicidade. Objetivo esse que já foi fartamente atingido. As manchetes geradas e o barulho nas redes sociais significa que já cumpriu seu papel, mesmo que venha a ser rejeitada pelo executivo.


A justificativa, segundo o autor do projeto, é “chamar a atenção para o “as consequências do consumo de carne e de seus derivados, relacionando tal questão diretamente aos direitos dos animais, à crise ambiental, ao aquecimento global, à perda de biodiversidade, às mudanças climáticas e às diversas doenças que afligem a população humana, incluindo doenças cardiovasculares, doenças crônicas degenerativas, colesterol elevado, diversos tipos de câncer e diabetes”.

Antes de rebater tais argumentos, proponho uma reflexão. Você realmente acha que o governo deve se intrometer na sua alimentação? Avaliando o histórico das diretrizes alimentares, e os seus resultados, você realmente pensa que o governo deveria determinar o que você pode ou não comer? Levando em conta a competência do governo em geral, você REALMENTE deseja conferir ao Estado poder de veto sobre seu cardápio? Mesmo?

Eu sou contra. Mas veja, sou contra por princípio! Mesmo que a lei proposta determinasse o fim dos refrigerantes com açúcar, a proibição do açúcar adicionado aos alimentos e taxasse pesadamente todo o carboidrato processado (o que melhoraria absurdamente a saúde da população), eu AINDA SERIA CONTRA. Pois, e se você quiser comer? E se você achar que o problema é a gordura, e preferir consumir pão doce – o Estado realmente deveria ter o poder de lhe impedir? Se você, mesmo sabendo o mal que faz, ainda quiser comer? Quem sou eu – quem é o Estado – para dizer o que você deve ou não fazer com o seu pâncreas? O Estado precisa ser pequeno, pois o Estado grande comete grandes equívocos. A única maneira de evitar que o Estado crie normas nutricionais péssimas é evitar que o Estado crie normas nutricionais. Porque se hoje o Estado proibir o refrigerante, talvez você ache bonito e aplauda. Amanhã, ele pode proibir o salgadinho na escola e você vai vibrar. Mas agora ele está proibindo a carne nas segundas-feiras por motivos quase religiosos travestidos de ciência. E quando taxarem a gordura saturada, proibirem a manteiga, e bacon virar contravenção, você dirá o quê? Que não gostou? Que é um absurdo? Que é autoritário? Será tarde demais. Sempre que você cria um monstro, ele começa manso, mas sabemos como a história termina. O monstro cresce, e um dia lhe devora. Confio no bom senso do governador Alckmin, que deverá vetar essa bizarrice. Não porque comer carne seja bom ou ruim para você (nem sei o que ele pensa sobre isso), mas porque trata-se de um dispositivo autoritário e inconstitucional.

Infelizmente, mesmo que seja vetada – ou até mesmo por causa disso – a polêmica já estará criada. De modo que vale repassar rapidamente os seus argumentos pela peneira da evidência.

Imagine que a carne seja um réu

Imagine que a carne seja um réu em um processo criminal. Nós, do Ministério Público Alimentar, temos que convencer o juri de que a carne é culpada. Como vimos, são muitas as acusações. Mas e as evidências, são fortes? Suficientes para um veredito condenatório? Não basta haver suspeita, há que ter certeza para uma condenação criminal.

Não é raro que, em uma investigação policial, haja evidências contraditórias. Pode haver um testemunho, por exemplo, de alguém que alega ter visto uma pessoa cometendo um crime. Por outro lado, se houver uma gravação de uma câmera de segurança, trata-se de uma evidência muito mais fidedigna. E, em havendo contradição entre o testemunho e a gravação, a gravação é evidentemente mais importante, e refuta o testemunho.

Na epidemiologia, temos algo semelhante. Um estudo observacional (epidemiológico), baseado em questionários, é análogo a um testemunho. Melhor do que nada, mas sujeito a inúmeras falhas. Já o ensaio clínico randomizado é um experimento. É como se fosse uma gravação. Se o ensaio clínico randomizado mostra algo diferente do que o estudo observacional, vale o ensaio clínico randomizado. Estudos observacionais, assim como testemunhos, são inerentemente sujeitos a erros.

A peça de acusação é baseada nos seguintes postulados:

1) Carne causaria doenças cardíacas

2) Carne aumenta o colesterol

3) Carne causaria câncer

4) Carne causaria diabetes

5) Carne causaria perda da biodiversidade

6) Carne causaria aquecimento global

7) Comer carne viola os direitos dos animais 

Vamos ver se temos argumentos para convencer o juri, para além da dúvida razoável, de que a carne é culpada?

1) Carne causaria doenças cardíacas.

As evidências são puramente circunstanciais, baseado em estudos observacionais (testemunhos na nossa analogia). Se formos atrás das evidências oriundas de ensaios clínicos randomizados (gravação das câmeras de segurança, na nossa analogia), temos o seguinte:

Trata-se de uma metanálise de ensaios clínicos randomizados. O título já resume:

“A ingestão total de mais de 0,5 porções de carne vermelha por dia não influencia negativamente os fatores de risco de doença cardiovascular: uma meta-análise  e revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados”.

E mesmo as melhores evidências de estudos observacionais também não encontram essa correlação:

Neste, que foi o maior e mais bem feito estudo nutricional observacional envolvendo carne, o resultado foi: 

“We also evaluated the association between meat consumption
and all-cause mortality in two continuous
models, that is, obtaining uncalibrated and calibrated
risk estimates (Table 3). Similarly to the observation of
no association between red meat consumption and allcause
mortality in the multivariable categorical model,
we observed no statistically significant association in the continuous models either
.”

Very high consumption of red meat was associated
with a non-significantly increased cancer mortality, but
not with deaths due to cardiovascular diseases, respiratory
diseases, diseases of the digestive tract, or any other
cause of deaths (Table 5). However, the increase in risk
was not observed in the continuous model
.

 Em resumo, não houve associação entre o consumo de carne vermelha e mortalidade por todas causas, nem mortalidade cardiovascular, por doenças respiratórias, do trato digestivo ou “outras causas”. No grupo de “muito alto” consumo de carne, houve uma tendência NÃO SIGNIFICATIVA de aumento de mortalidade por câncer, mas isso em apenas um dos modelos estatísticos utilizados, mas não no outro.

2) Carne aumenta o colesterol

Veja o primeiro estudo referido acima: “A ingestão total de mais de 0,5 porções de carne vermelha por dia não influencia negativamente os fatores de risco de doença cardiovascular: uma meta-análise  e revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados”

3) Carne causaria câncer

Já discutimos isso aqui no blog. Leia por exemplo essa postagem, ou essa. Resumo da ópera? Na improvável hipótese de que tal associação seja real, o propalado aumento de 18% do risco para quem comer mais do que 50g de carnes PROCESSADAS por dia é, na verdade, um aumento absoluto de 0,008% na população, ou aumento de 1% na chance de uma pessoa específica durante toda sua vida (SE os estudos observacionais de questionários estivessem certos, e apenas para consumo diário de 50g ou mais de carnes processadas). Leia os links acima para saber mais.

4) Carne causaria diabetes. 

Alegação bizarra. Afinal, ensaios clínicos randomizados nos quais uma dieta de baixo carboidrato e alta proteína (portanto, com mais carne) foi utilizada produziram REVERSÃO de diabetes e pré-diabetes. Isso foi visto em estudos como esse (discutido nesta postagem):

Ou nesta metanálise de ensaios clínicos randomizados:

Ou seja, quanto mais low carb (ou seja, com MAIS carne), melhor no manejo do diabetes

Lembrando que carne não contém açúcar nem amido, e não eleva a glicemia.

A pergunta que não quer calar: por que um alimento que faz parte de dietas que REVERTEM diabetes causaria diabetes?

5) Carne causaria perda da biodiversidade

Este não é o foco deste blog. Dito isso, tal afirmação é ALTAMENTE questionável:

Qualquer pessoa que já tenha visitado uma fazenda na qual coexistem agricultura e pecuária sabe que a agricultura é muito mais destrutiva do ponto de vista ecológico, e que a biodiversidade mora junto da pecuária. Agricultura significa realizar um biocídio total de uma área gigante, eliminando qualquer coisa viva até transformar um sem-número de campos de futebol em algo semelhante à superfície da lua, para depois plantar uma monocultura e destruir todas as formas de vida que pretendam comer a sua comida.

Só quem nunca viu uma lavoura poderia achar que há menos mortes por trás de um tofu do que de um filé. Uma vaca produz algumas centenas de quilos de carne, suficientes para alimentar muitas centenas de pessoas com UMA morte. Há um número absurdo de pequenas criaturas que perecem para produzir o tofu que “alimenta” UM humano que, como mora na cidade, acha, ingenuamente, que animais não morreram para que ele comesse.

 – Leia o seguinte livro:

The Vegetarian Myth, de Lierre Keith

 – Assista a entrevista da autora (a partir dos 13 minutos, cobre o assunto que estamos falando):

 – Leia este artigo: https://theconversation.com/ordering-the-vegetarian-meal-theres-more-animal-blood-on-your-hands-4659

 – Veja como a coisa pode ser feita de forma correta:

http://www.polyfacefarms.com/production/

6) Carne causaria aquecimento global

Este não é o foco deste blog. No entanto, praticamente TODOS os argumentos nesse sentido vêm da realidade dos EUA, no qual o gado é criado em confinamento e alimentado com grãos – algo que todos nós do movimento páleo low-carb também abominamos. Gado deve comer capim – grãos não são a sua dieta natural. Assim, argumento como o desperdício de dar grãos ao gado, ou da água usada para irrigação, tudo isso desaparece. Gado come capim, e a água vem da chuva, e volta ao solo na forma de urina, evaporando novamente. Os gases que o gado produz são sequestrados novamente pelo capim que cresce, e o solo é reconstituído pelos ruminantes, e não destruído, como ocorre na agricultura de massa. Para que a agricultura seja sustentável, é necessário fazer a rotação dos campos entre diferentes culturas e pecuária.

 – Sobre metano, leia: 

http://www.theconsciousfarmer.com/ruminants-methane-pest-carbon-sequesterer/

E leia o livro recomendando no item 5.

 – Reveja ainda o vídeo legendado na seguinte postagem:

https://www.lowcarb-paleo.com.br/2013/06/herbivoros-e-desertificacao.html

7) Comer carne viola os direitos dos animais 

Este, DEFINITIVAMENTE, não é o tópico deste blog. Mas, mais uma vez, vamos pensar nos argumentos e levá-los às suas últimas consequências. Vejamos aonde eles nos conduzem.

  • Todo e qualquer sofrimento de qualquer ser vivo deve ser evitado a qualquer custo.

Se isso for verdade, a única solução é acabar com a vida na terra. Toda ela. A começar pela humana. Pense nisso. Enquanto houver humanos, haverá sofrimento humano. Sempre alguém estará triste, estará com dor, estará doente – mesmo em uma sociedade ideal e justa. A máxima redução do sofrimento humano só é possível com o a eliminação de toda a espécie. Você não gosta dessa conclusão? É, eu também não – por algum motivo, não me parece ideal… Vamos tentar novamente:

  • O sofrimento DESNECESSÁRIO de qualquer ser vivo deve ser evitado.

Parece uma proposição bem melhor. Afinal, admite o fato de que uma existência predominantemente feliz é possível, mesmo que pontuada por momentos de sofrimento. A maioria das mães, por exemplo, passaria (e passa) novamente pelas dores do parto, muito embora a experiência de ser mãe também não seja isenta de sofrimentos, mas poucas arrependem-se. Assim, é razoável que devamos agir visando a redução do sofrimento desnecessário, e não a eliminação total de todo e qualquer sofrimento, pois isso só é possível com o extermínio da vida, o que eliminaria também toda a possibilidade de alegria e de experiências subjetivas de qualquer tipo. E penso que a maioria dos que me leem não concordaria com a extinção proposital da vida na terra.

  • O fato de que todos os animais estão destinados a morrer, e que a morte costuma ser ruim/indesejada/dolorosa, significa que seria melhor jamais ter nascido?

Bem, neste caso, talvez o ideal seja um mundo vegano no qual deixemos que as espécies domésticas entrem em extinção (a maioria delas não é capaz de sobreviver sem nós – morreriam de fome e predação, com considerável sofrimento – nenhum outro animal na natureza os mataria de forma humanitária). Se não houver mais vacas, não haverá mais sofrimento bovino. Mas, então, o que nos impediria de ir além, e extinguir a espécie humana? Afinal, sem pessoas, não haveria mais sofrimento humano!! Você não se sente à vontade em defender a morte de toda a humanidade apenas para que nenhum humano venha a sofrer no futuro? Não? Então porque você acha que pode decretar a morte do gado – enquanto espécie – para evitar seu futuro sofrimento na hora da morte? Que tipo de ética permitiria que o ser humano decidisse que é melhor que o gado seja extinto a fim de evitar que sofra ao morrer, mas que nós, humanos, muito embora estejamos destinados a morrer sofrendo, temos o direito de continuar existindo? Se existe algum valor intrínseco em continuar existindo, isso vale para nós e para as vacas. Nosso dever ético deveria ser, portanto, o de minimizar o sofrimento desnecessário das vacas, sem determinar a sua extinção, mas aceitando que um dia elas, como nós, morrerão. 

Já que decidimos que o genocídio humano e a extinção dos bovinos não são as formas mais adequadas de minimizar o sofrimento de ambos, como podemos fazer para minimizar o sofrimento desnecessário durante a vida e na hora da morte? Para isso, precismos pensar um pouco sobre o universo das experiências subjetivas possíveis. O universo de experiências subjetivas de uma vaca é consideravelmente mais restrito do que o nosso. A boa música, a boa literatura, um bom vinho, nada disso irá enriquecer tal universo subjetivo. Mas a capacidade de sofrer é a mesma. Ou seja, manter uma vaca em confinamento ou submetê-la à dor desnecessária é obviamente anti-ético.

Agora, dizer que a vida de um bovino criado solto no campo, com pastagem garantida, e proteção contra predadores é algo ruim porque o animal está fadado a ser morto no final de sua vida nos leva à questão: o que acontece com os grandes herbívoros NA NATUREZA? Como morre uma zebra ou um gnu? Você já assistiu o Animal Planet? Esses animais vivem em um ambiente árido, precisam caminhar centenas, milhares de quilômetros para achar pastagem e água. Quando chegam ao final de suas DURAS, curtas e ÁRDUAS vidas, eles não viram flocos de neve e flutuam para o céu. Eles ou morrem de fome, ou por predação. São dois tipo de morte terríveis, dolorosas, e LENTAS. O abate de animais para consumo humano costuma ser feito com pistola pneumática. Isso provoca inconsciência instantânea. It doesn’t get any better than that.

Novamente, dado o universo de experiências subjetivas possíveis para um grande herbívoro, o que há de tão horrível em fornecer pasto e água abundante para vacas, deixá-las viver por alguns anos sem o risco de fome, sede ou predação, e terminar a sua existência da forma mais rápida e indolor possível? Você não pode comparar a SUA existência com a da vaca. Há que comparar existências subjetivas comparáveis. Você precisar pensar o seguinte: “seria melhor ser uma vaca no interior do Rio Grande do Sul, ou um gnu na África”? Qual vive melhor? Qual MORRE melhor?

Vou ser repetitivo, mas isso é muito importante! Todos os grandes herbívoros, sejam eles domésticos ou selvagens, irão morrer – eles não são imortais. Já concluímos, acima, que a solução de acabar com a vida no planeta não é a melhor para evitar o sofrimento. Já concluímos que o sofrimento DESNECESSÁRIO é que deve ser evitado, já que a morte é inevitável. Somente pessoas que nunca pensaram sobre o que é ser morto aos poucos, dilacerado por mordidas de cães selvagens ou hienas podem achar que uma pistola pneumática é algo ruim. Morrer na cama, cercado por seus familiares com velas aromáticas não está entre as experiências subjetivas possíveis para um bovino. Se você não matá-los, eles irão morrer mesmo assim, mas de forma muito, mas MUITO pior. E se a sua solução para isso é evitar que nasçam, eu tenho medo de você e de seus planos para a espécie humana – obviamente o mesmo raciocínio se aplicaria.

Quando meu cachorro, com 16 anos, já cego e doente, começou a não conseguir mais caminhar, levei-o à veterinária para sacrificá-lo. Eu gostava dele mais do que gosto da maioria das pessoas. Por isso mesmo não me passou pela cabeça deixá-lo morrer à míngua, sofrendo. Também não me ocorreu colocá-lo no mato para que fosse comido por animais selvagens. Mas você entende que esse seria o destino de um cachorro selvagem, de um lobo? Morrer à míngua, ou comido vivo por outros animais? Meu cachorro viveu maravilhosamente bem, dentro das experiências subjetivas possíveis de um cão. E ele morreu de forma melhor do que a maioria de nós irá morrer. A morte é parte integral da vida. A morte de uma vaca com uma pistola pneumática é, do ponto de vista da vaca, a melhor morte possível. Prove que estou errado.

***

Muitas das roupas que usamos são fabricadas em países pobres em condições de trabalho semi-escravo. Não gostamos de pensar nisso. É muito desagradável saber que aquele boné de grife que você comprou pode ter sido costurado por crianças de 12 anos que trabalham mais de 12 horas por dia para ganhar menos de 1 dólar em Bangladesh. Mas é verdade. E está acontecendo, neste momento. É MUITO provável que você esteja NESTE momento usando no seu corpo alguma coisa que foi fabricada desta forma – ou por que você acha que foi possível comprar barato na promoção? Porque alguém – em geral mulheres e crianças – foi explorado de forma abjeta.

A pergunta é: qual a solução que você propõe para esse problema? Andar nu? Não comprar mais nenhuma roupa que seja importada? Você acha que isso irá melhorar ou piorar a vida dessas pessoas? Elas já são pobres. Se suas fábricas fecharem, ficarão melhor? A solução é exigir responsabilidade social. É boicotar marcas que exploram, e favorecer outras que não exploram. Você quer melhorar as condições de trabalho em Bangladesh, você não quer ACABAR com o emprego em Bangladesh.

Eu não preciso explicar a analogia, preciso?

A propósito, existe um aplicativo para isso: https://goodonyou.eco/, que permite saber quais as marcas escolher e quais boicotar.

***

E então, o juri condenaria o consumo de carne? Há evidências inequívocas de que faça mal para a saúde? Se alguns de nós pararmos de comer carne, isso melhorará a experiência subjetiva das vacas? Tornará suas vidas melhores?

Nenhum juri condenaria – simplesmente não há evidências.

As pessoas que pensam em deixar de consumir carne são justamente as que poderiam fazer a diferença. São as que se preocupam. São as que poderiam de fato melhorar as condições de vida desses animais. Que usem sua energia e combatividade para o bem dos animais – todos (inclusive os animais) nos beneficiaríamos de uma indústria responsável, com carne de animais alimentados exclusivamente com pasto e abatidos da forma mais humanitária possível.

Se você, que se preocupa com os animais, parar de comer carne, quem vai continuar comendo são apenas as pessoas que não se importam com eles – e a indústria não terá mais NENHUM incentivo em melhorar as suas práticas. Quem sai perdendo é a sua saúde e o bem estar animal. Todos perdem.

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