A semana das manchetes positivas – 2 – Novos rótulos, novos tempos?

Continuando a série de manchetes auspiciosas, eis uma que parece realmente ser um sinal dos tempos:

EUA propõem novos rótulos que ‘aceitam’ gordura e ‘demonizam’ açúcar

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2014/03/02/eua-propoem-novos-rotulos-que-aceitam-gordura-e-demonizam-acucar.htm

A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, apresentou nesta
semana uma proposta da agência americana de alimentação com novas regras
para os rótulos de alimentos vendidos no país.

As novas
recomendações têm de diferente o fato de não destacar tanto os males
causados pela gordura,
e sim de dar mais destaque a um outro ingrediente
polêmico: o açúcar.

Isto reflete uma tendência crescente no debate sobre alimentação.

A proposta apresentada por Michelle Obama será colocada para debate
público ao longo de 90 dias. Qualquer modificação às regras atuais só
será feita depois de muitos meses. Mesmo assim, as empresas de
alimentação terão dois anos para se adaptar à qualquer alteração
acordada.

Vilão escondido

Cada vez mais pesquisas
mostram que a gordura pode, na verdade, fazer bem para a saúde.
Já o
açúcar é considerado cada vez mais um vilão, e ainda por cima ele vem
“escondido” na maioria dos alimentos.


Gorduras, carboidratos e
proteínas são macronutrientes – a base de todos os alimentos.
Carboidratos e proteínas têm quatro calorias por grama; a gordura tem
nove calorias por grama.

No final do século 20, profissionais de saúde combatiam as taxas de obesidade na população, que não paravam de crescer.

“A ideia, no final da década de 1980, é que, ao cortar a godura, você
estaria cortando as calorias”, disse Marian Nestle, professora de
nutrição e saúde pública na Universidade de Nova York.

A partir
daí, as companhias de alimento passaram a promover produtos com pouca
ou sem nenhuma gordura. Os consumidores, por sua vez, tentavam cortar a
gordura de suas dietas.

Carboidratos

A gordura foi
colocada em segundo plano na virada do século, quando os carboidratos se
transformaram nos vilões de muitas dietas.


Mas, David Grotto,
autor do livro Best Things You Can Eat (“As Melhores Coisas que Você
Pode Comer”, em tradução livre), afirma que o senso comum dos dias de
hoje está deixando para trás a noção de que toda uma classe de
macronutrientes é a única responsável pelo sucesso de uma dieta.

“Precisamos de carboidratos, precisamos de proteína e precisamos de
gordura. Gordura, como categoria, não é ruim”, disse ele, mesmo que
alguns tipos de gordura, como as trans, possam ser prejudiciais.

Na verdade, as pesquisas mostram que a gordura tem um propósito
importante: muitas vitaminas são solúveis em gordura, então verduras e
outros alimentos ricos em nutrientes podem ser melhor aproveitados se
consumidos com um pouco de gordura
, para ajudar o corpo a absorver
melhor os nutrientes.

A maioria dos especialistas em nutrição agora concorda que a gordura não é o vilão, são as calorias”, disse Grotto. [na verdade são os carboidratos processados e refinados]

E um dos maiores culpados no aumento das calorias nos alimentos, segundo estes especialistas, é o açúcar.

Calorias e problemas

O açúcar é um tipo de carboidrato e tem apenas quatro calorias por
grama. Muitos produtos usam açúcar demais na sua composição, com o
objetivo de melhorar o sabor.

O consumo do açúcar também pode levar a outros problemas.

Sabemos que o alto consumo de açúcares está associado a uma série de
riscos relativos à doença cardíaca
“, disse Rachel Johnson, professora de
nutrição da Universidade de Vermont.

Consumir calorias do
açúcar significa que não consumir outros nutrientes essenciais que
poderiam ser obtidos em um petisco menos açucarado.

Também há
mais risco de que os níveis de gordura no sangue aumentem. Isso
provocaria inflamações e, segundo uma pesquisa recente, mortes
relacionadas a doenças cardíacas.

A mesma pesquisa mostrou que o
consumo de açúcar é alto nos Estados Unidos. Na verdade, mais de 70%
dos americanos consomem mais açúcar do que o recomendado. O índice ideal
é: apenas um décimo das calorias consumidas por dia devem vir do
açúcar.

E isto ocorre pelo fato de que, enquanto todos estavam
cortando as gorduras nas décadas de 1980 e 1990, o açúcar dominava
lentamente a dieta americana.

As caixas de pedaços de bolo com
baixo teor de gordura são um exemplo. Marian Nestle afirma que, para
substituir os benefícios da gordura no sabor dos alimentos, os
fabricantes aumentaram a quantidade de açúcar e as calorias.

Os
novos rótulos de nutrientes anunciados por Michelle Obama visam mudar o
foco de atenção, colocando em destaque a quantidade de açúcar,
especialmente os açúcares adicionados aos alimentos, que representam uma
das maiores ameaças.

“O açúcar que ocorre naturalmente vem
junto com vitaminas, minerais e fibras”, afirma Marian. “Ninguém está
preocupado com a quantidade de açúcar nas frutas ou no leite. São os
açúcares adicionados que diluem as vitaminas, minerais e a fibra na
comida”, acrescentou.

Segundo David Grotto, os consumidores
devem escolher seus alimentos dando prioridade a dois critérios: o
número total e a qualidade das calorias.[bobagem – a humanidade não contava calorias e era magra até que o GOVERNO decidiu mandar cortar a gordura e as pessoas trocaram por carboidratos processados].

“É (uma atitude) míope
olhar apenas para um ingrediente, mas parece que nós sempre adoramos
demonizar algo. Açúcar se transformou na nova gordura”, acrescentou.

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